Quem nunca levou aquele susto ao ver a mensalidade do plano de saúde subir sem aviso, especialmente ao chegar aos 59 anos? Pois é, é o famoso reajuste por faixa etária no plano de saúde. Esse mecanismo, apesar de soar como um vilão inesperado, tem uma lógica por trás. Ele foi criado para equilibrar as contas das operadoras, afinal, quanto mais envelhecemos, mais utilizamos os serviços médicos. E claro, isso pesa no bolso.
Esse aumento repentino é uma surpresa para quem contrata o plano individual, mas para os gestores de planos empresariais, não deveria ser um choque. Eles precisam estar sempre atentos para absorver esses custos sem deixar que isso afete seus colaboradores de forma desastrosa. Continue a leitura e entenda mais sobre o reajuste por faixa etária no plano de saúde. Leia também o nosso artigo sobre o melhor plano de saúde do Brasil.
O que é o reajuste por faixa etária no plano de saúde?
De início, queremos explicar o que é o reajuste por faixa etária no plano de saúde.
Imagine que o sistema de saúde suplementar é uma grande rede de proteção. Quando você paga seu plano, na verdade, está ajudando a bancar o grupo todo. Sim, é como se fosse uma corrente onde todos estão conectados.
No entanto, à medida que a idade avança, o peso dessa corrente aumenta para alguns. Os beneficiários mais velhos acabam utilizando mais os serviços, e aí vem o aumento.
Mas calma, o custo não é só para os mais velhos. Existe um “pacto intergeracional” – os mais jovens ajudam a sustentar o plano para os mais velhos, e o ciclo continua.
Assim, os jovens de hoje vão ser os idosos de amanhã. Esse círculo, pelo menos em teoria, deveria se manter em equilíbrio. Mas será que isso acontece na prática?
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Divisão por faixa etária: De onde veio e como mudou?
Lá em 1998, a famosa Lei nº 9.656/98 entrou em cena e definiu como seria a divisão dos custos por faixa etária. Além disso, a Resolução nº 6 do Consu também entrou para garantir que os aumentos não fossem desproporcionais.
Na época, determinou-se que o preço da última faixa etária (70 anos ou mais) não poderia ser mais que seis vezes o valor da primeira faixa (0 a 17 anos).
A ideia era simples: quem está há mais de 10 anos no contrato e tem mais de 60 anos não deveria sofrer tanto com o reajuste.
Uma espécie de “recompensa” por ter ficado fiel ao plano, pagando mais no começo para aliviar no fim. Parece justo, certo? Mas a realidade pode ser um pouco diferente…
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Estatuto do Idoso: Proteção ou armadilha?
Em 2003, com a chegada do Estatuto do Idoso, novas regras entraram em jogo. Aumentos em razão da idade para quem tem mais de 60 anos foram proibidos. Isso deveria ser um alívio, mas acabou gerando um efeito colateral.
Com essa limitação, o peso foi jogado de forma desproporcional nas faixas anteriores, especialmente entre os 50 e 59 anos. O que era para proteger os mais velhos virou, ironicamente, uma armadilha para aqueles que estão prestes a chegar lá.
Além disso, a Resolução Normativa nº 63 da ANS estabeleceu novas faixas etárias. Agora, temos dez faixas, indo de 0 a 18 anos até 59 anos ou mais. E adivinhe? O valor para a última faixa etária não pode ser superior a seis vezes o valor da primeira. Parece uma boa, mas os detalhes fazem a diferença.
A situação atual: Um jogo de números
Hoje, o Brasil tem mais de 50 milhões de beneficiários de planos de saúde. E adivinhe onde está a maior parte dessas pessoas? Nos extremos da pirâmide – os mais novos (de 0 a 18 anos) e os mais velhos (acima de 59 anos).
Para ser mais exato, temos cerca de 12 milhões de beneficiários jovens e 8 milhões de idosos.
E como fica o preço? De acordo com o Painel de Precificação da ANS, o valor para beneficiários com mais de 59 anos é o mais alto, chegando a uma média de R$ 1.877 (dados de junho de 2023).
Isso mostra que, mesmo com o tal “pacto intergeracional”, a carga financeira pesa de maneira desigual entre as faixas etárias. Um verdadeiro campo minado para quem depende dos planos de saúde.
Reflexo danoso: Um ciclo vicioso
Aqui está o ponto crítico: o Estatuto do Idoso, que deveria proteger essa população, acabou criando um cenário perverso. A regra de limitar os aumentos após os 60 anos resultou em reajustes pesados para quem está nas faixas etárias anteriores. E, com o número de jovens diminuindo e o número de idosos crescendo, a conta não fecha. O desequilíbrio é real.
O resultado? As operadoras aumentam os custos, os planos ficam mais caros, e as empresas, principalmente, precisam buscar maneiras de lidar com esse novo cenário. A operação das operadoras de saúde fica deficitária, e o sistema, que deveria ser sustentável, começa a dar sinais de falência.
Como evitar o susto: Dicas para se planejar
Aqui vai uma dica de ouro: se você não quer ser pego de surpresa pelo reajuste por faixa etária no plano de saúde, é hora de começar a se planejar. Para os gestores, isso significa estar sempre um passo à frente, renegociando contratos e buscando maneiras de minimizar o impacto para seus colaboradores.
Para os beneficiários individuais, a melhor opção pode ser revisar o contrato, buscar alternativas mais econômicas e até considerar mudanças de cobertura que se ajustem melhor à sua fase de vida. Não há fórmula mágica, mas uma coisa é certa: deixar para depois pode custar caro.
Conclusão: É hora de se preparar
No final das contas, o reajuste por faixa etária no plano de saúde é inevitável. Mas calma, ele não precisa ser encarado como um bicho de sete cabeças que surge para devorar seu orçamento. Se você tiver as informações certas, souber se planejar e ficar atento às mudanças que acontecem ao longo dos anos, dá para atravessar esse processo sem grandes sustos. É como em qualquer grande decisão financeira: quanto mais você entender o terreno onde está pisando, mais fácil será contornar os obstáculos.
E a verdade é que a preparação começa bem antes do susto. Se você já souber de antemão como funciona o reajuste, quais faixas etárias sofrem os maiores aumentos e o que você pode fazer para mitigar esses impactos, estará sempre um passo à frente. Planejar agora significa evitar surpresas desagradáveis lá na frente. É como um jogo de xadrez: as melhores jogadas não são feitas no impulso, mas com estratégia, analisando cada movimento e prevendo as próximas jogadas.
Quanto antes você começar a pensar nisso, mais preparado estará para o futuro. Não adianta esperar o momento do reajuste para correr atrás de soluções. Pensar à frente, rever contratos, pesquisar opções de planos e, principalmente, considerar o que melhor se adapta às suas necessidades, fará toda a diferença. Afinal, planejar-se para o futuro é cuidar não apenas da sua saúde, mas também da sua segurança financeira.
E, como dizem, “não existe almoço grátis” – especialmente no mundo dos planos de saúde. Se por um lado eles oferecem uma rede de proteção essencial, por outro, essa proteção vem com custos que precisam ser geridos com sabedoria. A dica é clara: faça sua lição de casa, conheça os detalhes do seu plano e não deixe para resolver questões importantes na última hora.
Prevenir, como bem sabemos, é o melhor remédio – e isso vale tanto para sua saúde quanto para seu bolso. Afinal, cuidar da saúde é um investimento contínuo e, com o passar do tempo, saber onde e como investir pode ser a chave para uma vida mais tranquila, tanto fisicamente quanto financeiramente.
Esperamos que as informações sobre o reajuste por faixa etária no plano de saúde tenham sido úteis. Caso queira cotar um plano de saúde, entre em contato conosco.
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